***** Literatura ***** Poesia *****

Helena Morais, autora, poetisa portuguesa. Nasceu em Coimbra, Portugal em 1977.

É licenciada em Gestão Comercial e da Produção. Entre os diversos diplomas, adquiriu formação na Administração Pública Central. Reconhecida e Premiada. Dedicou-se à escrita, sua grande paixão, e daí dar expressão à sensibilidade, conhecimento, beleza e amor.

A sua primeira publicação A melhor felicidade do Mundo em Portugal, na Europa, com publicação digital extra-comunitária. Seguiu-se a identidade do amor,  entre outras.

Portugal, sua naturalidade, influenciada por belas paisagens e intensa maresia, continua a escrever romances, poesia comoventemente enriquecedores, escreve os valores da liberdade.

 

   

***** Poesia *****

 POESIA com todos os direitos reservados - autora portuguesa Helena Morais. 

Com ela, as sensibilidades de capacidades e visão. Com ela, pensamentos, emocões e sentimentos.  Em tempos dificéis, ou em tempos diferentes, na presença ou na ausência, a  sua expressão será sempre a maior ligação. 

Poema - Naqueles olhos

Naqueles olhos, Nem ódio, nem apego, Nem paz, nem desassossego.Naqueles olhos, Iguais, tão desiguais, Nem guerra, nem perdão? Naqueles olhos, Originais, Porque se escondem da afirmação?Naqueles olhos, Que me olham com sinceridade,Que na arte de olhar, Não sabem explicar,Nem a tristeza, nem a felicidade, Porque teimam com a liberdade?Naqueles olhos, Cristalizados, tão reluzentes, Por algo pendentes!Naqueles olhos, Selvagens, De tanto olhar paisagens?Naqueles olhos, Que brincaram juntos, E trocaram muitos assuntos. Naqueles olhos, Existe moralidade?

 Poema - A palavra

A palavra, A palavra que fere o ser, E a diversa forma do valer. A palavra, De amor, Ou de sentimento menor. A palavra, Leve, em tempo de perdão. Severa, no de missão. A palavra apaixonada, Poética, Do artista, Inesquecível para o saudosista. A palavra proferida, à espera de ser esquecida. A palavra dada, pelo universo amada.  

Poema - Eu falei

Eu falei, Na solidão das alvoradas, Da imortalidade; Eu falei, À liberdade, no berço da tempestade, Da sóbria sociedade, Eu falei. Eu falei, Aos Mares, Sobre veleiros, Por diversos poentes e lugares. Eu falei, Aos vulcões, Do melhor, de futuras realizações. Eu falei. Eu falei, Ao anoitecer, Com Deus senti adormecer, Senti, As estrelas brilharem nos teus, Eu falei, Nelas, fulgura a paz, Livre serás capaz, Eu falei, ao sol da vida, que vive suave, esperando, Olhando, implorando, Da vida, que rejeitou a partida, Eu falei, sem lhe conhecer o pôr, Despida , nos ritmos do Amor, Vivos, as aventuras que perdoei, Eu falei, Eu falei às àguas da cascata, De voz sensata, sentimos bater igual, nas terras de Portugal. 

  Poema - Esperança

Esperança, Quando alguém chora, Porque chegou a hora, Do nascimento? Ou do esquecimento? Esperança, sobre mar, veleiros reluzem, E pescadores o céu seduzem. Esperança, Aos olhos, nas alturas, Onde há sensações puras. Esperança, Depois da chuva além, O arco-iris fica bem. Esperança, sobre terra numa flor, somente de amor. 

 Poema- Porquê o amar

Porquê o amar, Do amor de amar, Quando se pode odiar? Porquê o amar, Do vento, Nu, o sentimento. Porquê o amar, Das ondas do mar, Como no alto, as estrelas, Olhar, não me libertai delas, Porque me devolvem o sonhar. Porquê o amar, De alguém desatento, Ou que não têm alento? Porquê o amar, se há tanto para amar? Porquê o amar, De quem nos põde sufocar. Oh, que esta tortura de amar! Por tempos de amores e desamores, nos campos de flores! Porquê o amar, da opulência e da trama, Que inocência me ama! Porquê o amar, da saudade, cercada por natureza de liberdade? Porquê o amar, Das cinzas, restos mortais e vida? Crente, a lágrima sentida? Porquê o amar, Se se anda atrás, Do amor que deixa paz?

  Poema - Bem por amor

Bem, por amor, Que dele se vive, E se morre, Se sofreu e nasceu. Bem, por amor, À natureza que o ama, Onde se sente em chama! Bem, por amor, Que chora no inferno, E se partilha fraterno. Bem, por amor, Que de amor perdido, À liberdade servido. Bem, por amor, Que a morte ama, Para docemente o fundir, E, bem mais amor o sentir. 

  Poema . Escrevem na neblina

Observai, escrevem na neblina, A mais alta , esconde o fim, Eles não compreendem enfim, Um dia, eu hei-de entender, Porque lá andam a escrever. Observai, escrevem na neblina, Por dias gelados, sob sóis, Envoltos de aves e girassóis. Observai, escrevem na neblina, Sentados nas pedras dos prados, Por vezes, versos indelicados. Observai, escrevem na neblina, A grandes alturas, Cada um as suas loucuras! Observai, escrevem na neblina, Dos altares, À vista dos olhares, Amores sublimes! Observai, escrevem na neblina, Sobre paisagens admiráveis, Estilos graciosos, incomparáveis. Observai, escrevem na neblina, Por praias, a história das marés, Que estranho, escrevem lá com os pés! Observai, escrevem na neblina, De espuma, Tanta fortuna, como Amor, Oh, tanto Amor! Sem glória, nem louvor! Contra as neblinas escrevem, Palavras imortais, Os seus ideais. Observai, escrevem na neblina, dos lagos, sobre golfinhos, a sua liberdade, Com soberba vaidade, As futuras liberdades dos caminhos!

  Poema - Andorinha do amor

Sou a andorinha do amor, Ave a sobrevoar por sagrados despachos, Sobre mares de deslumbramento, Para Descobrir um recanto melhor, No sol que há-de brilhar, Em jardins discretos, Na sabedoria de anciães arvoredos, Até no ondular do vento, Na secura dos riachos, Nessa força de acreditar, Atravessei oásis e desertos, Por findar a estação do calor! Importo sonhos poéticos, Inconstantes, De pura paixão, Fogo e ilusão, Da entrega dos amantes, As lágrimas de desilusão, Lembrando vidas, Caíram nas agitadas partidas. 

  Poema - O nosso amor foi escrito

Nosso amor foi escrito, Na carta perfeita, Escrito, Como carícia bem-feita.

Nosso amor foi escrito, Escrito, Repetidas vezes, Escrito, Sob benção dos deuses. Nosso amor foi escrito, Numa lágrima caída, Escrito, Desta vida querida.  Nosso amor foi escrito, Com o dia prestes a nascer, Escrito, Por vagas de saudade, Sob estrelas celebridade, Escrito, Para não se perder no amanhecer, Escrito com amor.

Poema - Amor ausente

Este mundo nefasto, Esta monotonia, Sem cor, Sob guerra, Como anjo transformado Em fera, Pelo ódio acompanhado, Tempo veloz como água fria, Bravia, Demasiado turva, Esmagado sobre terror, O passáro que pia, O animal enraivecido, Uma criança a chorar, Alguém esquecido, Uma arma a disparar, A explosão que ensurdece, A multidão em movimento, A tentar não mostrar pânico, Ansiedade no desaparecimento, Convém saber manusear bem a espada, E perfurar o coração quente, A querer não dói nada, Amor ausente.

  Poema O repouso do mar

Sinto, e observo este mar, Calmo, por vezes revolto, Confidente, Traiçoeiro, Com os encantos da existência, E as nuvens que por ele passam, Quando o sol se esconde, Quando a viver e a sonhar Se morre, Neste mar de sentimento, De espuma, Por que te irei deixar repousar ó mar? Por que te irei deixar repousar ó mar? Olha só este mar, Com estrelas à noite, Quando o navio se aventura, Sem pressa de regressar ao cais, Através da saudade, Com a solidão ao amanhecer, Por que te irei deixar repousar ó mar? Por que te irei deixar repousar ó mar? Não peças nada ao mar, Só amor, Que chama, Em fogo ondulante, A ilusão não surpreende a sua poesia, Mas se tudo começa do amor, Por que te irei deixar repousar ó mar? Por que te irei deixar repousar ó mar? Sentimento, Espuma, Eu vou deixar-te ó mar, deixa-te tranquilamente repousar. 

  Poema - O que sinto

O que sinto, É amor de amar, Quando amor o sinto. O que sinto, É amor de liberdade, A liberdade de livre ser, Sem a ter, Quando a liberdade a sinto. O que sinto, É sentimento, De pena desmedida, É amor em ferida. O que sinto, Se me falta, A saudade, Cheiro a austeridade farta, Sem, nem sensibilidade. 

 

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 LIVROS. São eles que nos têm projetado e relatado as memórias e histórias da nossa criatividade e relacionamentos no comportamento da humanidade:

««Mais de uma hora depois, alcançaram para lá da pequena subida, o lugar do Côncavo, após terem encontrado o afamado e temido homem das barbas brancas. Com setenta e poucos anos de aparência desmanzelada. Alto e corpulento, com cabelo longo e grisalho, com boca, nariz e olhos grandes. Usava um longo traje da cor das folhas secas a tocar no chão, que chegava a meter nojo, muito sujo, por causa da falta da higiene.   

Contava-se que as pessoas receavam encontrá-lo, no caminho que as levaria ao lugar do Côncavo, porque também ele gostava de fazer caminhadas. No entanto, caminhava apoiado num cajado. O temido homem vivia por ali, há décadas, sozinho, algures numa toca de pedra escavada naturalmente pela natureza. Acostumado a sobreviver sobretudo a invernos rigorosos, alimentava-se  de peixes que ia pescando no riacho a correr ao lado, da caça, e de alimentos silvestres.  

Naquela tarde, encontraram-no. Neida estremeceu logo que o viu; imaginou-se a levar uma sova: "Meu Deus, mas que grande cajado", pensou, enquanto a sentir-se extremamente  perturbada. Por isso é que em vez de seguir em frente, para o lugar do Concâvo preparou-se para sofrer. Paulo deu-se conta de que estava a enraivecer-se, aconselhou-a a ter calma. Como ela não conseguira controlar-se berrou ao temido homem: - Por favor, afaste-se de nós. esqueça essas ideias malucas.  

Paulo pediu-lhe uma vez mais: - Neida tem calma. 

O homem sentiu-se arrasado, parecendo-se como alguém bem-educado, embora já acostumado a comentários pouco calorosos. Houve um silêncio. 

Por momentos, só se ouvia o eco da água do riacho a correr sobre pedras e a sonoridade da leve aragem a remezer as árvores. Como se não interpretasse naquelas palavras qualquer ofensa para com ele, o homem cumprimentou-os à semelhança de qualquer homem sociável, em voz agradável e olhos sorridentes. 

- Olá, desejo-vos uma tarde sossegada, do fundo do coração! Pelo que vejo, vós ides para o lugar do Côncavo? 

Ela ficara estupefata quando ouviu suas palavras amáveis. Acalmou-se. Neida disfarçara a sua atitude com um 

suave sorriso, a não querer mesmo assim, passar-lhe muita confiança, logo de seguida. 

Pelo modo de se expressar e gesticular, apesar de incompatível com a imagem, ao dar-se conta do homem inofensivo que ele era, por mais desmanzelada que fosse a sua apresentação, Neida não tinha razão para se preocupar. 

- É óbvio que sim. - Respondeu ela. - O senhor já o deve conhecer muito bem?

O homem sentiu-se contente por arracar-lhe aquele sorriso. 

- Claro que sim, vós podereis por exemplo, divertir-se imenso a apanhar miolinhos. Muitos são os apreciadores, e eu também!

- sim, nós sabemos. - Disse Paulo com grande entusiasmo. - Vamos para lá precisamente com esse propósito.

A ganhar confiança, Neida abriu o seu coração: - Não imaginava dizer-lho... você é uma pessoa simpática e as pessoas das aldeias precisam saber disso a seu respeito. Só não compreendo uma coisa: qual a razão que o fez abandonar a civilização?- A razão é muito simples. - Respondeu. - O confiar na natureza. Mais do que propriamente nos humanos. 

Como ela não compreendeu o que ele queria exatamente transmitir-lhe perguntou-lhe: - Como assim? 

- É simples! Eu nunca consegui compreender muito bem a história dos meus pais, pois eles foram perseguidos sob a bandeira que os viu nascer, quase a vida inteira. 

"E por que razão foram perseguidos?" , perguntaram-se os dois companheiros a uma só voz, coincidentemente. 

- Vocês deviam saber um pouco mais de história nacional! - Exclamou ele, com seriedade. - Há décadas o regime governamental era bastante diferente do da atualidade. A autoridade nacional perseguia pessoas sob pressão de uma ditadura implantada durante décadas no país. Eh pá, daí surgiram os meus traumas  e passado pouco tempo à morte deles, resolvi vir viver para aqui. Na sociedade estava o caos, não aguentei mais. Mas aqui redescobri o sentido da existência, envolto por esta fabulosa natureza. A escutar os seus sons! A inspirar os seus cheiros! A sentir os seus gritos! A apalpar a sua essência! Meu Deus, não temo nada vindo da natureza. Absolutamente nada! 

Paulo observou a natureza à volta e comentou: - Teme sim! Garanto-lhe que sim. Nós todos a tememos! Você está a esquecer as turbulentas tempestades, os desvastadores terramotos, os vulções em erupção, os tsunamis. 

- Um momento! Compreender a causa da catástrofe natural é fundamental. Não concordam?

- Claro! - Concordou Neida após refletir. - Esse seu entendimento é tão peculiar! Hum! A sua história de vida daria uma excelente reportagem. Está interessado? 

- Não, mas receber-vos-ei sempre de bom agrado, e a quem quer que seja.  

Excerto de obra literária a identidade do amor. 

 Todos os direitos reservados. Autora portuguesa Helena Morais

 

 

 

 

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 SENTIMENTO. O sentimento que se sente: Um olhar às estrelas, porque divino é viver. Olho as estrelas do céu, fiéis e inspiradoras, que de amor me têm olhado, que de tantos olhares, ao longo de séculos, outros tantos não as cotaram. Olho as estrelas da terra, o brilho do seu olhar. Olho as estrelas do mar, e outras mais, porque de liberdade é o olhar.  

Quantas as vezes, os seres humanos se inspiram na sua vivência, na sua realidade, ou que recorrem a sentimentos escritos como forma de se reverem, e compreenderem  a melhor projeção das sensibilidades e amor para a vida. De amor, para o seu olhar: Olhos, olhos de amor.

POETAS. Seres humanos. Que sentem... OLhos, olhos que são de amor. Juntos, a criar encanto. Livres, a vaguear pelo mundo. Ternos de sentimento abarcador. Dois seres tão delicadamente a amar-se, incapazes de se conter. Olhos de amor, em futuro presente, destino que virá nesse viver. Por que paixão de olhar? Por que amor para o fortalecer? Por que olhos de amor, a chorar? Na tua face viva, e a meu ver? Quando olhos de amor, reparo, harmonioso sinto também este mar. E o coração pronto a recomeçar. Sou feliz, quando teus olhos amo. 

 Direitos inteletuais - Autora portuguesa Helena Morais